Tendo em vista albergar frades da Ordem de São Francisco da Congregação da Piedade, o Convento de São Francisco de Real, mandado construir em 1523, constitui uma indelével marca do espírito empreendedor de Dom Diogo de Sousa, o "segundo fundador" da Cidade dos Arcebispos. 

Dom Diogo de Sousa – contemporâneo de Erasmo, Thomas More, Lefèvbre d’Étaples e Josse Clichtove, de Savonarola e Maquiavel, de Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo, de Marsilio Ficino, Giovanni Pico della Mirandola e Angelo Poliziano, testemunha da fermentação da Reforma, das guerras de religião e da crise do papado – afirma-se como membro activo da reforma moral, espiritual, intelectual e social do clero e do povo, erguendo bem alto a imagem da Igreja milenar, configurando-a, no seu ministério apostólico, com o Cristo Ressuscitado no seu maior esplendor. Arcebispo e Senhor de Braga, canonista e teólogo, Dom Diogo de Sousa soube imprimir, de forma singular, com a sua uirtus et litterae, o génio cultural do Renascimento na cidade dos homens, a caminho da cidade de Deus.

Nair de Nazaré Castro Soares in O Arcebispo de Braga Dom Diogo de Sousa. "Principe Umanizzato" do Renascimento e o seu Projeto Educativo Moderno